Síndrome Hipereosinofílica com Envolvimento Cutâneo: Um Caso Moderado de uma Doença Grave

Autores

  • Sara S. Santos Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga, Santa Maria da Feira, Portugal https://orcid.org/0000-0003-2242-5985
  • Filipa Duarte Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga, Santa Maria da Feira, Portugal
  • Luís Neto Fernandes Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga, Santa Maria da Feira, Portugal
  • Sérgio Gomes Ferreira Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga, Santa Maria da Feira, Portugal
  • Sofia Osório Ferreira Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga, Santa Maria da Feira, Portugal
  • José Meireles Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga, Santa Maria da Feira, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.60591/crspmi.113

Palavras-chave:

Pele/patologia, Síndrome Hipereosinofílica/diagnóstico, Síndrome Hipereosinofílica/tratamento farmacológico

Resumo

A síndrome hipereosinofílica define-se como um grupo de doenças raras caracterizadas pela associação de eosinofilia no sangue periférico (contagem absoluta de eosinófilos > 1,5 x 109/L) em dois controlos analíticos realizados com pelo menos um mês de intervalo, lesão e/ou disfunção de órgãos mediada por eosinófilos, quando outras causas potenciais foram excluídas.

Os autores apresentam o caso de uma mulher de 89 anos com lesões purpúricas nos membros inferiores, com início três meses antes. Ao exame físico verificaram-se múltiplas lesões purpúricas dispersas pelos membros inferiores e a investigação diagnóstica mostrou eosinofilia periférica (19,82 x 109/L) e elevação da imunoglobulina E (709 U/L) sem outras alterações significativas. A biópsia de pele evidenciou um número moderado de eosinófilos na derme superficial, sugestivo de síndrome hipereosinofílica. A doente realizou ciclo de corticoterapia com prednisolona 1 mg/kg durante seis dias, apresentando rápida resolução da eosinofilia, sem agravamento após a redução do corticoide.

Referências

Chusid MJ, Dale DC, West BC, Wolff SM. The hypereosinophilic syndrome: analysis of fourteen cases with review of the literature. Medicine. 1975;54:1-27.

Crane MM, Chang CM, Kobayashi MG, Weller PF. Incidence of myeloproliferative hypereosinophilic syndrome in the United States and an estimate of all hypereosinophilic syndrome incidence. J Allergy Clin Immunol. 2010;126:179-81. doi: 10.1016/j.jaci.2010.03.035.

Dispenza MC, Bochner BS. Diagnosis and Novel Approaches to the Treatment of Hypereosinophilic Syndromes. Curr Hematol Malig Rep. 2018;13:191-201. doi: 10.1007/s11899-018-0448-8

Ackerman SJ, Bochner BS. Mechanisms of eosinophilia in the pathogenesis of hypereosinophilic disorders. Immunol Allergy Clin North Am. 2007;27:357-75. 10.1016/j.iac.2007.07.004

KM, Nutman TB, Pfab F, Ring J, Rothenberg ME, Roufosse F, Sajous MH, Sheikh J, Simon D, Simon HU, Stein ML, Wardlaw A, Weller PF, Klion AD. Hypereosinophilic syndrome: a multicenter, retrospective analysis of clinical characteristics and response to therapy. J Allergy Clin Immunol. 2009;124:1319-25.e3. doi: 10.1016/j.jaci.2009.09.022.

Vaklavas C, Tefferi A, Butterfield J, Ketterling R, Verstovsek S, Kantarjian H, et al. 'Idiopathic' eosinophilia with an Occult T-cell clone: prevalence and clinical course. Leuk Res. 2007;31:691-4. doi: 10.1016/j.leukres.2006.10.005.

Bain BJ. Eosinophilia - idiopathic or not?. N Engl J Med. 1999;15:1141 -3. doi: 10.1056/NEJM199910073411509

Valent P, Klion AD, Horny HP, Roufosse F, Gotlib J, Weller PF, et al. Contemporary consensus proposal on criteria and classification of eosinophilic disorders and related syndromes. J Allergy Clin Immunol. 2012;130:607-12.e9. doi: 10.1016/j.jaci.2012.02.019.

Weller PF, Bubley GJ. The idiopathic hypereosinophilic syndrome. Blood. 1994; 83:2759-79. doi: 10.1182/blood.V83.10.2759.2759

Valent P, Klion AD, Horny HP, Roufosse F, Gotlib J, Weller PF, Hellmann A, Metzgeroth G, Leiferman KM, Arock M, Butterfield JH, Sperr WR, Sotlar K, Vandenberghe P, Haferlach T, Simon HU, Reiter A, Gleich GJ. Contemporary consensus proposal on criteria and classification of eosinophilic disorders and related syndromes. J Allergy Clin Immunol. 2012 Sep;130(3):607-612.e9. doi: 10.1016/j.jaci.2012.02.019.

Leiferman KM, Gleich GJ, Peters MS. Dermatologic manifestations of the hypereosinophilic syndromes. Immunol Allergy Clin North Am. 2007;27:415-41. doi: 10.1016/j.iac.2007.07.009

Kuang FL, Klion AD. Biologic agents for the treatment of hypereosinophilic syndromes. J Allergy Clin Immunol Pract. 2017;5:1502-9. doi: 10.1016/j.jaip.2017.08.001.

Fauci AS, Harley JB, Roberts WC, Ferrans VJ, Gralnick HR, Bjornson BH. NIH conference. The idiopathic hypereosinophilic syndrome. Clinical, pathophysiologic, and therapeutic considerations. Ann Intern Med. 1982;97:78-92. doi: 10.7326/0003-4819-97-1-78.

Downloads

Publicado

29-11-2023

Como Citar

S. Santos, S., Duarte, F., Neto Fernandes, L., Gomes Ferreira, S., Osório Ferreira, S., & Meireles, J. (2023). Síndrome Hipereosinofílica com Envolvimento Cutâneo: Um Caso Moderado de uma Doença Grave . SPMI Case Reports, 1(4), 179–182. https://doi.org/10.60591/crspmi.113

Edição

Secção

Casos Clínicos

Artigos mais lidos do(s) mesmo(s) autor(es)